Relato de Flávia Pellegrini, fundadora do blog Na Pracinha.
Abril foi um mês que entrará para a história das filhotas das idealizadoras deste blog, afinal, Ciça e Sara deram “bye-bye” às suas chupetas… Se lá na casa da Miriam, a despedida foi por conta do “bubu” que estragou, por aqui, quem se encarregou de levar embora o apetrecho plástico foi o coelhinho da Páscoa. Sim, o danado do coelhinho…
Tudo começou na consulta do início do ano com a pediatra da Ciça, que me orientou sobre a importância da retirada do bico, principalmente com a entrada da pequena na escola. Afinal, nós sabemos como ele pode ser um ótimo contribuinte para a transmissão de doenças e se em casa conseguimos controlar direitinho, lavar, esterilizar… o mesmo não rola no ambiente escolar. Não por falta de cuidados, mas pode acontecer de a professora não ver, os coleguinhas compartilharem as chupetas, a dita cuja cair no chão, ser pisoteada, e mais um montão de cenários…
Enfim, fiquei encucada sobre como faria isto, afinal, a chupeta foi o objeto de apego dela durante o processo de adaptação na Escola. E a Ciça andava muito acostumada a pedir o bico por qualquer coisa: ficou entediada, bubu, ficou aborrecida, bubu, ficou com sono, bubu. Pesquisei, acompanhei as experiências de outras mamães e resolvi tentar o argumento da troca. Então, conversei com a filhota e disse que na Páscoa, o coelhinho buscaria a chupeta para levar para seus filhotes que eram bebês (e ela já era menininha) e em troca deixaria um presente especial.
Nas semanas que antecederam a data festiva fiz um reforço diário, afinal, vamos combinar que pra uma criança de dois anos, Coelho da Páscoa e Papai Noel ainda não representam muita coisa, né? Escolhi uma cestinha que coloquei em um lugar estratégico na sala pra ela deixar o bubu, quando passeávamos mostrava alguns exemplos de outras menininhas e menininhos que não usavam mais e assim os dias foram se desenrolando. Na quinta-feira da Semana Santa, deixamos o bico na cesta e demos tchau! No decorrer do dia, ela pediu, à noite ela chorou um pouco, conversamos, acalmamos e a pequena dormiu toda a noite. Na sexta, a mesma coisa. No sábado, uma crise de choro, algumas falas “bubu da Ciça não é do coelhinho”, mas nos mantivemos fortes na decisão (e não é fácil!). No domingo de Páscoa, quando o presente chegou, ela esqueceu parcialmente. Ao chegar na festinha da família na casa da minha sogra, ela estava se achando quando todo mundo comentava sobre o “bye-bye bubu”, e mesmo quando a prima que tem a mesma idade usou a chupeta, ela não pediu. Naquele momento começamos a comemorar a vitória que se consagrou no dia seguinte na Escola. A professora foi fundamental neste reforço de apoio e ainda usou o exemplo dela para os coleguinhas.
Estamos completando um mês “deschupetados”, ela já não fala mais, nem quando está na presença de outras crianças com o bico. Até joguei as chupetas fora (sim, eu deixei guardado, afinal, se não desse certo, eu teria que voltar atrás na decisão e não há nada de errado nisto, né? Tudo tem seu tempo). Vamos aguardar mais um pouquinho e começaremos a retirada da mamadeira. Depois conto pra vocês.
E o que aprendi neste período?
:: É importante tomarmos consciência que o nosso bebê cresceu, e que não é maldade tirar os bicos, faz parte do processo de crescimento
:: A chupeta é um objeto de conforto, há uma relação de dependência e é importante que façamos o processo aos poucos, cuidado com o radicalismo
:: Tenha calma e resista! O momento do choro pode ser um pouco desesperador, mas passa…
:: A rotina de dormir pode ser alterada com esta mudança, vale se criar uma nova rotina e ter muita paciência neste período
:: Fique de olho nos dedinhos, eles podem ser usados como substitutos para a chupeta…