Você está exausto de pedir a criança para cumprir os afazeres? Fazer o para casa, tomar banho, arrumar a cama, lavar o copo que sujou, guardar o brinquedo, e para completar… escovar os dentes! Já pensou se isso realmente vale a pena? Ou se temos novos caminhos? Se podemos despertar nele uma vontade própria de agir?
Veja um pouquinho desta dinâmica que é conhecida como técnica sanduíche, ensinada nos cursos de “coaching”. Experimente o quanto antes e perceba que funciona mesmo. Não se esqueça de encher suas palavras com o carinho e amor que você tem pela criança:
1. A pergunta para abrir a portinha do coração:
Respeito é bom e todo mundo gosta. Você chega até seu filho e vai dando ordem, ou pede licença para entrar no mundo dele? A regra número um desta dinâmica é fazer uma pergunta como esta, por exemplo:
– Meu filho, posso bater um papo com você?
No momento em que ele diz sim, a porta se abre. É diferente de irmos chegando e invadindo com as nossas verdades. E atenção, se a resposta for não, fica a sugestão de caminhar pela empatia. (Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg)
2. A primeira fatia do sanduíche: um elogio para a criança expondo o seu sentimento positivo.
– Olha, você é um menino muito inteligente, muito capaz, eu estou muito feliz e orgulhosa de você.
Você deve encontrar um elogio e falar de seu sentimento, faz parte da dinâmica.
3. O recheio do sanduíche: o fato e as perguntas
Agora o fato deve ser apresentado, sem estigmatizar a criança,sem julgá-la:
– Eu queria falar que eu tenho percebido que a sua escovação está gastando 30 segundos.
Fala-se do fato de forma objetiva, não se fala da criança como um problema. Não se fala coisas como: você é muito desleixado. O verbo ser/estar aí nesse exemplo instala a criança com uma característica, como se ela não fosse mais capaz de mudanças.
E em seguida, uma nova pergunta:
-Meu filho, você já pensou o que você ganha e ou perde em agir desta forma? Você já pensou no que pode acontecer com seus dentes?
E agora você pára, respira, e torce para ele responder.
Se isso não acontecer, lembre a seu filho que você pediu para bater um papo com ele, e que ele havia permitido. E daí para frente, a tendência é surgir um diálogo que irá crescendo com o tempo. Dentro do contexto você pode, junto com ele, refletir nas consequências da atitude que tem tomado e estabelecer metas, como por exemplo, tempo de escovar os dentes, horário etc.:
– Posso dar uma sugestão para melhorar a escovação? Vamos marcar no cronômetro três minutos na escovação da noite?
4. A segunda fatia do sanduíche: o reforço
Novamente faz-se um elogio para a criança, de preferência bem de pertinho, segurando as mãos e olhando nos olhos:
-Tenho certeza de que você conseguirá melhorar este ponto. Você é um menino muito legal, esforçado e comprometido, eu tenho muito orgulho de você!
A segunda fatia do sanduíche é um reforço do elogio. Pronto! O sanduiche agora está completo! É só repetir o lanche periodicamente, pois ele é muito gostoso!
Temos pela frente filhos para educarmos, cidadãos que estão sendo formados, e sabemos que chegaremos a um bom lugar se soubermos abordar estes sujeitos com respeito, fazendo-os refletir sobre cada ação. E às vezes o que acontece é um tanto de bordoadas, sendo que os elogios são esquecidos, pois a vida anda tão corrida… A adolescência chega num piscar de olhos e fica um pouquinho mais difícil. Parece um trabalhão este script acima, mas ele pode ser adaptado para as várias situações do dia-a-dia. Experimente e veja os olhinhos brilharem, as respostas vindo maduras. Adapte a ideia à idade de seu filho e faça algo novo. Temos certeza de que vão curtir experimentar este novo jeito!