O ideal para a dentição é não usar o bico nem chupar o dedo. Mas se isso acontecer, quanto mais cedo for feita a remoção melhor. Algumas famílias tiram a chupeta antes do primeiro ano, assim que a criança começa a interagir mais com o ambiente. Mas se estes hábitos de sucção se instalarem, chega a hora de almejar a remoção, de preferência antes dos dois anos e meio, para minimizar os efeitos não desejáveis.
Então os pais decidem que é hora de tirar, mas o que fazer? Confira algumas experiências e dicas:
:: Nayara é mãe de Luisa (7 anos) e Gabriel (4 anos). Sempre conversou sobre a remoção do bico numa boa com os filhos. Com Luisa a mãe não teve qualquer problema. Aos dois anos e meio, assim que nasceu o irmão Gabriel, ela juntou o bico e o “paninho” e entregou à mãe dizendo que não ia querer usar mais aquelas coisas, pois agora ela já era grande. Já o Gabriel, foi combinado a troca do bico por um brinquedo. Ele aceitou, mas não deu conta. No dias seguintes teve febre… Sentiu muito a perda. Os pais decidiram voltar com o bico. E certa vez ele acabou entregando o mesmo para doar para o bebê que nasceu de uma conhecida.
:: Sr. Antônio Gomes (hoje com 85 anos) conta que quando criança dormiu na casa da avó e ao acordar teve uma surpresa: encontrou o bico no “urinol” (pinico). Nunca mais quis o dito cujo.
:: E tem aqueles que dão para o Papai Noel ou para o Coelhinho da Páscoa, muitas vezes em troca de um presente.
:: Outra tática é dizer para a criança: puxa, você está com 2 anos agora, mas com 3 anos já vai “ser grande!”….E nesta conversa muitas vezes o bico acaba sendo facilmente trocado pelo tão querido e esperado presente de aniversário, que também deve simbolizar o “ser grande”, como uma bicicletinha, por exemplo.
:: O balde das chupetas, descrito no livro Balde das Chupetas. É uma ideia muito bacana.
:: E também existe a técnica de sugestões noturnas, descrita no livro Hipnose Sem Magia, de Paulo Paixão, César Santos Silva e Jorge Luiz Brand, Gráfica e Editora Padre Berthier. Nesta técnica o pai, a mãe ou qualquer pessoa que tenha autoridade sobre a criança, deve entrar no quarto, chegar à distância de 50 centímetros a 1 metro da cabeça da criança e, concentrando-se, repetir de 10 a 20 vezes uma frase curta, simples, de preferência evitando a palavra NÃO, falando em primeiro lugar o nome da criança e em seguida dizendo o PORQUE ela deve corrigir o hábito, isto durante uns 10 a 20 dias seguidos e sem interrupção. Exemplo: Fulana (nome da criança ou apelido afetivo), mamãe (ou papai, no caso a pessoa que falar) te ama e você já dá conta de dormir sem o bico. No caso de hábito de sucção do dedo, adequar a frase. No livro há relatos dos pais que usaram a técnica e tiveram sucesso.
É preciso avaliar caso a caso, ver se a criança está realmente preparada para tirar o bico, se o momento é adequado, cuidar dos detalhes para que ela não venha a ficar traumatizada. Dr. Derly, médico homeopata, disse certa vez: “dente a gente depois conserta, mas cabeça é bem mais difícil…”
O certo é que não há receita pronta. Como diz Leo Buscaglia em seu livro Vivendo, amando e aprendendo, “são vários os caminhos, não há o caminho certo, o melhor caminho é o do amor”.